segunda-feira, 30 de maio de 2011

Meias palavras, por natalia goulart

quarta-feira, 15 de setembro de 2010
foto: lívia veisak

Uma ciranda se fez em meio a um desconcertante chão desnivelado. Não era um círculo qualquer. Num domingo frio e calmo, o samba comeu solto num palco montado em frente ao Museu da Inconfidência - Ouro Preto. As músicas pareciam agradar um bocado de gente, algumas sambavam, outras remexiam os pés discretamente, eu estava no meio termo. Aos poucos, a banda "Vira Saia"  ganhou a confiança do público.
O vocalista (Tuca) tocou uma música que falava sobre ciranda. Então, ele pediu para montarmos uma roda. Imagino que tinha cerca de  100 pessoas assistindo o show. Num piscar de olhos, lá estava a grande ciranda, orgânica e entrelaçada de cores fortes.
Não participei do círculo, mas senti uma energia um tanto divina vinda do meio da roda. Eu e Lorena falávamos que lá dentro tinham escravos pulando e tocando seus instrumentos, deviam estar comemorando a "liberdade". Havia espíritos de todos os tipos. Nós estávamos circunscrevendo o baile daqueles que não podemos ver, apenas sentir.
Engraçado, não consigo continuar esse texto. Às vezes as palavras não conseguem transmitir tais momentos, e, esse, é um deles. 

Postado por Natália Goulart às 07:49


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