Essa página é dedicada aos trabalhos de literatura de cordel do bandoleiro Osmar Tolstói Simões Júnior.
Poeta popular, Compositor e arte-educador. Autor de diversos títulos de cordel, incluindo uma premiação nacional, primeiro lugar, em concurso realizado pela Fundação Cultural do Estado da Bahia: I Prêmio Nacional de Literatura de Cordel - 2004. Obteve título de Menção Honrosa no II Concurso Nacional de Poesia de Colatina/ES - 2005. Eleito, por voto popular, o Melhor Cordelista da Bahia, em concurso realizado pela Rádio Sociedade da Bahia - 2009. Osmar ministra oficinas literárias desde 2005, já tendo estado em São Paulo e realizado oficinas e palestras em importantes instituições como a Universidade Federal da Bahia (Ufba), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Fundação Pedro Calmon e Oficinas Culturais Cândido Portinari - SP.
Para conhecer mais sobre seu trabalho: http://www.proseandoeversando.blogspot.com.br
http://www.4shared.com/document/Uy83eCj8/Histrias_e_Lendas_de_Oxal_-_O_.html
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Histórias e Lendas de Oxalá - O Maior Orixá da Bahia Autor: Osmar Machado Jr. Xilogravura: Paulo Luz |
Oxalá, um dos orixás mais populares no Brasil, é personagem desse livreto que reinventa o universo mítico das lendas africanas. O vocabulário, que utiliza palavras de origem yorubá, já incorporadas ao falar baiano, proporciona uma musicalidade particularmente percussiva.
Uma oportunidade lúdica de inserir nos programas escolares a religião ligada à cultura afro-brasileira, valorizando a beleza de suas formas de expressão.
Valor p/ venda: R$ 5,00 (Para outras cidades e estados ao valor será acrescido o frete)
Ou baixe grátis:http://www.4shared.com/document/Uy83eCj8/Histrias_e_Lendas_de_Oxal_-_O_.html
Seu Jiló e as Histórias Perdidas no Tempo Autor: Osmar Machado Jr. Xilogravura: Paulo Luz |
Um verdureiro é repentinamente tomado por um sonho que muda a sua vida e o conduz a uma viagem pela história do cordel e de seus mais importantes personagens. A sofisticação da construção de imagens possibilita uma leitura prazerosa e instigante desse que é um dos mais elogiados cordéis do autor.
Valor p/ venda: R$ 5,00 (Para outras cidades e estados ao valor será acrescido o frete)
Ou baixe grátis:
Sinopses: Iasnaia Lima
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Uma crítica ao homem conteporâneo Autor: Osmar Machado Jr. Ilustração: Igor Reis |
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Uma crítica ao homem contemporâneo Autor: Osmar Machado Jr. Ilustração: Igor Reis |
Valor: R$ 5,00 ( para fora de Salvador e outros estados será acrescido o valor do frete.)
O Caso do Quilombo Rio dos Macacos
Na terra de todos nós
Como chamam a Bahia
Onde inda se vende negros
Como pura fantasia
Em noites de largo amparo
Desamparo dia-a-dia.
Vendem a beleza negra
Vendem a sua cultura
E desgastam seus saberes
E lhe fazem sepultura
Por onde governa o comércio
Governa também loucura.
Loucura agora acontece
Como antes aconteceu
Na nossa democracia
Sempre a coisa se inverteu
Quando diz poder do povo
Nosso povo que o perdeu.
Local Rio dos Macacos
Território quilombola
Tem na pesca e agricultura
Seu sustento na sacola
Aprendida com o nativo
E o cativo Ketu, Angola...
Escravos de velho engenho
Que quando a usina faliu
Por não terem pra onde ir
De lá o povo não partiu
Criando a comunidade
Que a toda a terra assumiu.
Na Baía de Aratu
Próximo a Base Naval
Quilombola resistiu
Até nosso tempo atual
Mas querem os expulsar
De sua terra natal.
Que não pareça só idéia
Vamos resumir o fato
Além de eles serem negros
Inda são da roça e mato
A cidade cresce e o campo
Sofre múltiplo maltrato.
Desde a década setenta
Com a cidade crescendo
A indústria da construção
Seu interesse defendendo
Expulsou muita família
Deixou muitos sofrendo.
Lá no Rio dos Macacos
Já foram mais de cinqüenta
Expulsa pela Marinha
Que ao quilombola atormenta
P’ra construir condomínios
De todos os meios intenta.
Até a Vila Militar
Primeira por ser erguida
Comunidade vivia
Em harmoniosa vida
Mas depois dos militares
Começou a ser perseguida.
Sem terem acesso a escola
Sem o direito de ir e vir
Muitos nem conseguirão
Ler esse cordel aqui
E a culpada é a Marinha
Eu continuo a insistir.
Porém quem de lá insistiu
Foi espancado e humilhado
Preso sem qualquer direito
De sua terra exilado
Falta só o navio negreiro
Ser agora retomado.
Os fuzileiros armados
Invadem a comunidade
Mostram e apontam armas
Pras crianças e os de idade
Sejam homens ou mulheres
Causando intranquilidade.
Não basta o que sempre falta
A saúde e educação
Lhes faltam com o respeito
A sua religião
Dois terreiros destruídos
Por eles foram então.
Que acontece no quilombo
Verdadeiro retrocesso
Não deixam nem trabalhar
Interrompendo o processo
Do plantio e da pescaria
É violência em excesso.
A comunidade e a fome
Que nunca tinham passado
Sofre bloqueio econômico
Imposto pelo outro lado
P’ra desocupar a terra
De toda força tem usado.
Direito que serve aos ricos
Nossa constituição
Para o pobre o que parece
É a ilusão de cidadão
Pois quando precisa dela
É quando nunca lhe dão.
Com os direitos violados
Por repressão militar
Os quilombolas em risco
A resistir e lutar
Procuraram o governo
Mas o INCRA não pode entrar.
É que para terem a posse
Da terra que já é sua
Precisam delimitar
O caminho, roça e rua
E para isso temos o INCRA
Que nesse sentido atua.
Sem poderem tomar posse
No quatro de março vindo
Um quilombo muito antigo
Bem poderá estar sumindo
Com ele parte da história
Do povo estará ruindo.
País que não preza a memória
Dos seus nobres ancestrais
É um país que apaga as velas
E rouba até os castiçais
Deixando o povo no escuro
Sem luz, sem paz e sem cais.
Um país que vende o negro
Como imagem pro turista
Pratica é outra imagem
Dum país militarista
Violador dos direitos
Das tradições e racista.
Mil novecentos e dez
Na Revolta da Chibata
Foram negros que sofreram
E sofrem até nossa data
Com os desmandos da Marinha
Que a negra cor desacata.
Termino por fim denúncia
Sem flores da poesia
Quem sabe até eu faça uma
Se nesse Quilombo um dia
Veja o riso das crianças
Num batuque de alegria.
Outros cordéis do autor ou contrato para produção de cordel temático, oficinas, apresentações e palestras enviar e-mail para:
Ou ligar para:
(71) 86006258
(71) 92307927
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