sábado, 14 de abril de 2012

making off videoclipe navio negreiro, fotos de rayana almeida

tuca costa e tiago valentim, navio negreiro, vira saia
monica elias, navio negreiro

thiago pb, chumbinho, navio negreiro

tuca costa, tiago valentim e monica elias

quinta-feira, 12 de abril de 2012

literatura de cordel

e nesses árduos sudorosos e sublimes caminhos pela busca da evolução do ser artístico, conhecemos um interessante personagem nesse barco urbano chamado 02 de julho. é um companheiro de casa e pensão poeticamente chamado tolstói.
segue aí o link da página de um interessante parceiro artístico e nosso novo mestre da literatura de cordel, senhor tolstói, tolstói baiano. pra quem quiser conhecer mais sobre o tema, vale dar uma conferida:
                                        http://www.proseandoeversando.blogspot.com.br/

 

sábado, 7 de abril de 2012

tratado sobre a vadiação


vira saia produções agora é barco nômade, navio sedento, errante, em buscas, em busca.  vira saia agora é obra aberta, escola aberta, banda aberta e salvador é nosso primeiro porto à vista. salvador e seus contrastes e ensinamentos. salvador é história entrando pelas entranhas, história viva, aberta, em constante transmutação e evolução. terra de negros faraós, de negros revoltados e guerreiros. negros que conseguiram mudar os rumos de suas sinas. "negro não deve olhar pro chão, que a escravidão acabou. negro olha pra frente...",  "não nasci pra capoeira. fui enviado"... "você nunca vai aprender capoeira se não se interessar pela musicalidade do samba, a musicalidade do povo africano, pelos ritmos,  jeito de se vestir, jeito de falar, a maneira de se comportar"... diz o mestre assim, diz o mestre rené, mestre de capoeira angola, dono do espaço quilombo associação de capoeira de angola navio negreiro. sapo siri sabiá canarinho de aruanda, quem matou meu curió. capoeira doce refúgio. arma elegante contra as tristezas da realidade social soteropolitana de contrastes infindos. capoeira dança bonita mandingueira bandeira estandarte de resistência e luta contra a maldade e a negativa. brincadeira e jogo instintivo e intuitivo de sobrevivência, camarada..........
"vou dizer ao meu senhor que a manteiga derramou. a manteiga de iaiá, a manteiga de ioiô."



mestre rené vive na rua do sodré. uma das ruas mais antigas do brasil, o sodré fica num bairro chamado 2 de julho, bem no centro antigo da cidade. antigo e decadente, que vem sofrendo de especulação imobiliária e sendo vendido por dois cachos de bananas e um par de gringos ou de grandes empresas.
é uma rua confusa e pulsante. é uma haorta da cidade de são salvador. são antigos casarios charmosos e caindo aos pedaços, esquecidos por quem tem poder, cheio de saco de lixos pelo chão. de longe dá pra ver o mar, lá embaixo. de perto dá pra ver um buraco gigante no meio da rua, aberto há mais de 15 dias, atrapalhando o caminho de quem pensa que passa, passa que pensa que pensa que passa. essa é a rua do sodré. tem criança, tem mulher viciada em crack, tem cachorro, tem sacizeiro. tem vendedor de livros tem "aluga-se excelente quarto", tem filho de chinês e tem chinês também. tem dona vendendo dendê, tem malandro vendendo quentro, tem capoeira navio negreiro. tem seu santos e dona lúcia, tem menino filho de puta, dona atrás de dona, gente falando com gente, gente ouvindo música alta com gente, gente que gosta de arrocha, shampoo de quiabo, gengibre, água de côco, tem peixe fresco. mas tem sempre mais lixo. o lixo aqui pulula, lixo aqui se esbanja.
rua do sodré foi a rua onde morreu castro alves, que dizia assim:
"A canção do africano

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão ...


De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!"