segunda-feira, 30 de maio de 2011

contos dos orixás

tiago valentin e tuca costa refletido no espelho na gravação do conto de oxóssi (passagem de mariana)


O projeto “Contos dos orixás” nasceu de uma pesquisa sobre a Mitologia dos Orixás (entidades de algumas religiões e cultos afro brasileiros que correspondem a espíritos da natureza) e a música ritualística e folclórica afro brasileira. 

A partir da mitologia clássica dos orixás foram escritos contos que narram as histórias das principais entidades com uma roupagem poética e contemporânea.
 
Em 2008, em Barcelona (Espanha), foram gravados ao vivo os primeiros contos (de Exu e de Yemanjá), em castelhano, durante uma ação com caráter de cerimônia e celebração, com uma interação espontânea e improvisada entre músicos e narradora. 


Em 2009, em Mariana (Minas Gerais) foi gravado o terceiro conto (de Oxossi) de uma maneira menos improvisada, tendo uma base rítmica pré-determinada (um dos toques de “terreiro” associado a Oxossi) e uma célula-base melódica que ia se desdobrando e se transformando ao longo da narração. 

Os contos de Exu e de Yemanjá podem ser escutados em http://www.myspace.com/monicaeelias 
 
  1. Bajo la influencia de EXU, entidad intermediaria de los dioses Yorubas, los ORIXÁS, entre estos y los hombres según las creencias religiosas de tradición africana que trajeron al continente Americano, especialmente a Brasil, Cuba y otras islas del Caribe, aquellos africanos y africanas que apresados y posteriormente injusta y brutalmente esclavizados permanecieron en suelo Americano. Se intentó imponerles la religión católica o cristiana de sus amos, además de prohibirles el culto que profesaban a sus dioses y entidades, siendo EXU unos de los más importantes. EXU significa “Mensajero", es él, quien traduce el pensamiento de los hombres a los ORIXÁS y viceversa, es el comunicador o mensajero de los ORIXÁS a los hombres. Es el agente mágico por exceléncia. http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/09/
  1. se Brasil exuberante en todo los aspectos, y místico, a su vez, por la influencia de esos ORIXÁS, que vuelven a estar presentes en un nuevo relato de Monica, esta vez se trata de “ODOFIABÁ", que como nos explican AnaLu y Monica es la “Madre del Agua" y por consecuencia “Madre de los peces" http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/10/   http://www.myspace.com/tonylejazz 



resgatar carnavais


"Na praça da Sé, nos carnavais de 2010, o Grupo Vira Saia apresentou-se resgatando o tradicional carnaval brasileiro. Eles interpretaram músicas feitas há mais de 100 anos e que se encontravam quase esquecidas no tempo. Marchinhas, frevo, maxixe, e também o chorinho, foram os destaques do show. O Vira Saia fez uma viagem às décadas de 30,40,50 e 60 ao apresentar sucessos de artistas consagrados, como Noel Rosa, Waldir Azevedo, Matias da Rocha e Joana Batista Ramos (autores do frevo Vassourinhas, tradicional do carnaval pernambucano), entre outros. 
Segundo o vocalista Tuca Costa, a intenção de um trabalho como esse é mostrar para os grupos que surgem atualmente que eles também são capazes de transformar relíquias da cultura musical em espetáculos como o apresentado diante do público que compareceu à praça da Sé."


Meias palavras, por natalia goulart

quarta-feira, 15 de setembro de 2010
foto: lívia veisak

Uma ciranda se fez em meio a um desconcertante chão desnivelado. Não era um círculo qualquer. Num domingo frio e calmo, o samba comeu solto num palco montado em frente ao Museu da Inconfidência - Ouro Preto. As músicas pareciam agradar um bocado de gente, algumas sambavam, outras remexiam os pés discretamente, eu estava no meio termo. Aos poucos, a banda "Vira Saia"  ganhou a confiança do público.
O vocalista (Tuca) tocou uma música que falava sobre ciranda. Então, ele pediu para montarmos uma roda. Imagino que tinha cerca de  100 pessoas assistindo o show. Num piscar de olhos, lá estava a grande ciranda, orgânica e entrelaçada de cores fortes.
Não participei do círculo, mas senti uma energia um tanto divina vinda do meio da roda. Eu e Lorena falávamos que lá dentro tinham escravos pulando e tocando seus instrumentos, deviam estar comemorando a "liberdade". Havia espíritos de todos os tipos. Nós estávamos circunscrevendo o baile daqueles que não podemos ver, apenas sentir.
Engraçado, não consigo continuar esse texto. Às vezes as palavras não conseguem transmitir tais momentos, e, esse, é um deles. 

Postado por Natália Goulart às 07:49


Comé que eu faço pra aprender a música da sua terra?

escuta os movimentos, escuta como se movem as pessoas, escuta as cores, escuta o sabor das comidas e escuta o silêncio...

                 para assistir o documentário:   http://vimeo.com/12879612

    para conferir algumas fotos das filmagens:  http://www.flickr.com/photos/annastoppani/4736809282/

Realização

Desde janeiro do 2009, começamos a registrar através de filmagens e fotografias a atividade musical da região de Mariana e Ouro Preto com a finalidade de produzir um vídeo documentário que sirva como registro de memória musical-cultural. O video pretende ser um retrato socio-cultural da sociedade local, partindo do registro de inúmeras e diferentes atividades musicais e de como a música está presente em diversos aspectos do cotidiano da cidade e de seus moradores. Durante o processo de filmagem, o video que tinha como proposta documentar acabou envolvendo diretamente alguns de seus protagonistas como participantes ativos do mesmo, em intervenções práticas e lúdicas pelas ruas inconfidentes. Mais que nada, este trabalho é uma busca pela situação atual da música da nossa terra: o que está acontecendo com a música hoje em dia? Quem são os músicos de hoje em dia? Como tocam? Por que tocam? Como se relacionam novos e velhos músicos? Músicas profanas e sagradas? Popular e erudita? Profissional e amadora? O poder da música quebra qualquer tipo de barreira, seja social, racial ou de gênero?

O vídeo é conduzido por imagens mestiças, que nos conduzem em sons e silêncios.
As imagens trazem à luz o pão nosso de cada dia: música.
Algo está na pele da voz dentro do pensamento!
E lá…dentro do tempo de nossas horas,
no rastejar do cotidiano apressado
acontece o faz conta da nossa estória verdadeira.
Música de suor e lágrima de sol a pino na luz do luar
na alegria de reinventar a própria vida
no ofício do poeta sem livro
e do cantador de batuque imaginário.
O vídeo fica ali, onde vento faz curva
e dobra nosso mundo na linha do horizonte.
Surge então um desejo que se faz pergunta:
como faço para aprender a música da sua alma?
Adenilson Barcelos Miranda
Artista plástico

produzido e filmado por
Monica Elias e Anna Stoppani

domingo, 29 de maio de 2011

esse corpo é meu


Esse corpo é meu (Tuca Costa)

Esse corpo é meu
Meu amor é seu

pássaro de fogo



Pássaro de fogo (Mônica Elias)

Simbora bora, nos céus do verão alado
Sobrevoar matas, montes, sertão, dunas...
Avoar rios, cidades invisíveis,
Voar cruzes de esquinas intangíveis.
Pássaro de fogo, ardendo em meu ventre,
pia ligeiro e sai pra fora num repente.
Chora chora, no verão despetalado,
Ave avoa, pena, osso, bico, pluma,
Voa veleiro aéreo invisível,
Voa flecha de um arco intangível.
Pássaro de fogo, voando no tempo,
Na folha, no sopro, vem e esquece o lamento
Pássaro de fogo, no buraco oco,
Na gema do ovo, vive agora o momento.
Ai pia pia passarinho, vai voando no sertão,
Avoa, avoa passarinho, na palma de minha mão,
Avoa avoa passarinho, me leva também, então,
Ai, bola bola passarinho voando linho verão,
Vamo simbora passarinho, voando de vão em vão.

Maracá