comé que eu faço pra aprender a música da sua terra?

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Uma vez, andava por uma cidadezinha perdida do Marrocos, em uma região de montanhas conhecida como Atlas. Visitava a família de um amigo, um músico marroquino. Ansiosa, perguntei-lhe sobre a melhor maneira de aprender a música daquela terra – tão exótica, tão inatingível. Com seu olhar tranquilo, me pediu pra sentir o cheiro das espécies no bazar, ouvir o sotaque do vendedor de chá, perceber as cores das roupas das pessoas ao meu redor, o gosto da comida... Ensinou-me que a música e a musicalidade de um povo se aprendem conhecendo os costumes desse povo, suas crenças, paixões, sua culinária, sua história.

Depois de alguns anos viajando pelo mundo, voltei para o Brasil para re-conhecer meu país. Voltei para a barroca cidade de Mariana, em Minas Gerais, para me re-conhecer, me re-conectar com minhas próprias origens e raízes. Voltei para aprender sobre a música de minha própria terra.

Com uma amiga italiana chamada Anna Stopanni, resolvemos, então, realizar um documentário que plasmasse em imagens e sons essa busca tão pessoal, mas também sócio-cultural. Quem seriam os músicos dessa terra? Por que tocavam? Quando tocavam? Como tocavam? Quem seriam os que tentariam preservar as antigas tradições musicais? Como se relacionariam novos e velhos músicos? Músicas profanas e sagradas? Popular e erudita? Profissional e amadora? O Poder da música quebraria qualquer tipo de barreira, seja social, racial ou de gênero? Seria a música a janela da alma de um povo? 

Em um ritmo frenético, realizamos várias horas de filmagem e conseguimos coletar um considerável número de fotografias e relatos sobre o tema. O material era tanto que, no final das contas, não pudemos aproveitá-lo por completo no que veio a ser o vídeo editado e finalizado. 

Gerado de maneira totalmente independente, sem nenhum apoio ou patrocínio, o documentário foi pré-lançado no Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana, em 2009. Por dois anos, passou por uma fase de “engavetamento”, por falta de verba para sua prensagem e distribuição, quando a internet passou a ser seu único veículo de difusão.

Em 2011, cansada de tentar maneiras de conseguir patrocínio dos órgãos públicos para a prensagem de cópias do filme, passamos a copiá-lo e distribuí-lo de maneira independente pela Vira Saia Produções. Fazemos cópias caseiras do vídeo e de sua capa e vendemos pelas ruas da cidade às pessoas que se interessam por essa ideia e acreditam no poder da arte. Arte autoral. Arte pirata. Independente. E, assim, o documentário volta a cumprir sua missão: ser visto e ouvido. E, com ele, todos os personagens reais que compartilham sua história musical, que se confunde com sua própria vida e com a vida do meio em que vivem.

Para assistir o filme clique aqui.

[Musicista e amante das artes como um todo, Mônica Elias tem uma enorme curiosidade sobre tudo o que é belo, inteligente, ecológico e ritualístico nesse planeta. Atua há mais de dois anos com o Grupo Vira Saia, como cantora e percussionista

microfonia...

tuca costa, denis vieira, monica elias

bem, antes de mais nada, queria agradecer ao ministro da cultura do brasil e ao secretário de cultura da cidade de mariana, minas gerais, que eu não sei quem é................

Microfonia é a realimentação de áudio que ocorre quando um microfone capta o som do dispositivo que emite o som do próprio microfone. Em geral, esta realimentação provoca um ruído de alta freqüência (agudo). 

é carnaval e estamos no brasil. faz calor e todos podem misturar-se livremente entre a multidão, pode fazer virar realidade qualquer fantasia, vontade, delírio, desejo. um bom banho de lírios ajuda a refrescar as idéias, depois de tanta confusão e caos.

kastora e tiago valentim...

o Vira Saia foi contratado para tocar em duas noites da programação do carnaval de mariana, 2012... ontem à noite, quando se suporia que o grupo tocaria à 1 da manhã (claro, tudo aqui está começando atrasado, então pode jogar duas horas adiante pra essa data marcada na teoria), alguém da produção nos avisa que não iríamos mais tocar. bem, entremares montanhas secos sons dos ais,

 MICROFONIAS desajeitadas que se permeam entre tentativas frustradas de impulsos criativos sonoros saindo de todas as partes da produção desse carnaval. tocamos quase às quatro da manhã, para um público concentrado de dez pessoas, que nos esperaram pacientemente passar o som e tocar uma música antes de ser obrigado a terminar o show. hoje decemos as saias do cenários aliviados porque se acabaram as apresentações na cidade colonial de mariana........

bem, para terminar queria agradecer ao ministro da cultura do brasil e ao secretário de cultura da cidade de mariana, minas gerais, que eu não sei quem é................

monica elias e tuca costa

p.s.será que  uma ordem desordenada é uma desordem ordenada??? quem é que, de fato, está dentro do olho de um furacão louquíssimo, sem pés nem cabeças, a ponto de deixar tudo de lado e rir tranquilamente, com um bastão agarrado nas mãos e pintados de qualquer coisa?

denis vieira

rodrigo costa na batera

Vira Saia Mensageiro - programação carnaval cidades históricas mariana e ouro preto 2012

Com um pouco de atraso saiu a programação para o Carnaval das cidades históricas de Mariana e Ouro Preto 2012...
Com um cancioneiro bastante dançante e enfatizando ritmos tradicionais e esquecidos dos carnavais brasileiros, além de composições próprias, o Vira Saia se apresentará com uma formação de sete músicos: Tuca Costa (Violão, bandolim e voz), Marjaques (violão), Mônica Elias (percussão e voz), Tiago Valentim (percussão), Kastora (Percussão), Denis Vieira (contrabaixo elétrico) e Rodrigo Costa (Bateria).

navio negreiro, vira saia em maracá...

navio negreiro (mônica elias)

eu vim de longe, de bem longe,
eu vim de lá do outro lado do mar,
ai, eu não tenho nada....
me empresta um nome, uma bandeira,
um telefone, qualquer coisa...
ai, eu não tenho nada....

foi num navio negreiro que eu cheguei aqui,
foi num navio negreiro que eu cheguei...