conto dos orixás


contos dos orixás


O nascimento de Ogum. Pintura do artista plástico Oswaldo Griot (SP/BA)
O projeto "Contos dos Orixás" nasceu em Barcelona, de uma parceria com a artista costariquense Analu Alvarado.
Durante o processo de gravação dos contos, estão a narradora e os músicos no estúdio para gravar ao vivo os arranjos improvisados em cima de textos poéticos que contam a história das divindades yorubás mescladas com poesia surreal. Em 2008, em Barcelona, foram gravados os contos de Exu e Yemanjá. Em 2009, em Mariana, Minas, o conto de Oxossi que ainda permanece inédito.

Para escutar os contos >>>>  http://www.virasaia.tnb.art.br/

http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/10/Relato y música que se graba en directo en un acto que reviste carácter de ceremonia y celebración con una interacción espontánea e improvisada entre la dramatización del relato y la música que surge de la inspiración que reciben los músicos del texto y la interpretación de AnaLu, quien da vida a las historias de Monica
http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/09/Bajo la influencia de EXU, entidad intermediaria de los dioses Yorubas, los ORIXÁS, entre estos y los hombres según las creencias religiosas de tradición africana que trajeron al continente Americano, especialmente a Brasil, Cuba y otras islas del Caribe, aquellos africanos y africanas que apresados y posteriormente injusta y brutalmente esclavizados permanecieron en suelo Americano. Se intentó imponerles la religión católica o cristiana de sus amos, además de prohibirles el culto que profesaban a sus dioses y entidades, siendo EXU unos de los más importantes. EXU significa “Mensajero", es él, quien traduce el pensamiento de los hombres a los ORIXÁS y viceversa, es el comunicador o mensajero de los ORIXÁS a los hombres. Es el agente mágico por exceléncia. 
http://nosolojazz.contrabanda.org/2008/10/se Brasil exuberante en todo los aspectos, y místico, a su vez, por la influencia de esos ORIXÁS, que vuelven a estar presentes en un nuevo relato de Monica, esta vez se trata de “ODOFIABÁ", que como nos explican AnaLu y Monica es la “Madre del Agua" y por consecuencia “Madre de los peces"http://www.myspace.com/tonylejazz


oke arô, oxossi!



Conto de Oxóssi, Salvador, 2012.

(barulho de água, de vento e agogô...)

Era a lua lá no
céu,
A espera... a
noite... era a mata...
E então as pegada
da onça em cima das folha caída.
Era o arco e a
flecha,
a única flecha dum
arquero pelado
trilhos,
brilho do olho
da onça
mão do arqueiro
a lança
o corpo
o chão
o amor...
era a pata do caçador,
a pata entre o tudo e o nada
era o nada, era o nada e o grito da flecha, da mata, a mata,
o corpo que cai
(começa o toque aguerê de Oxossi)
O caçador arranca
sua flecha do corpo que caiu
o caçador tem só
uma flecha

(ponto de Oxossi)

Amanaci é que era a mãe das chuvas.
Um dia ela chorou pro chão e do chão brotou Apaoká,
uma árvore grande, enorme... com sangue de clorofila e tetas de mulher,
que num dia de lua nova, deu a luz a um menino vermelho, um curumin.
Aondê, Auá, caburé, etê.

(ruídos da floresta, flauta, começa o ritmo a ser uma ciranda leve que depois se acelera)

O ventre verde e úmido da selva foi o berço do curumin.
Os pé virado de um
curupira, as escama briante de boitatá mãe do fogo,
O rabo de uma sereia azul, as barbas do homi que vira onça.
flechar;
caçar;
pescar;
se enluxar com um brinco de dente de onça
(o ritmo da ciranda vai crescendo)
Era as sete estrelas no céu...
Era essa ciranda...
sol que gira ao
redor da terra, lua que gira ao redor do sol.
e no embalo dessa
roda,
um dia o curumim
cresceu e virou moço.
Ganhou das estrelas
um chapéu enfeitado com pena de avestruz e lembrou que antes tinha sido o pai
de todas as abelhas e o rei dos elefantes.

(vai acabando a ciranda, rola de parar a música,  - SILÊNCIO - )

vai curumin homi,
vai andar pelos labirinto da mata...

(começam sons de mata, de pequenos animais...)

passa na pele esse
pó vermelho pra te proteger dos espírito da morte...
VAI ver arara, tatu, arucum.
Vai achar o homi de uma perna só pitano caximbo
 e mexeno caldo grosso no caldeirão.
Tá veno esse aí?
Esse aí é Ossanha,
feiticeiro, pai das folhas, senhor da muleta e do búzio.
Esse aí é Ossanha,
que deu uma bebida cheirosa pro curumin tomar...

(xic xicx, som de pajelança, de xique-xiques, que começa muito suave, depois vai aumentando)

ruissanê, iembé, iaê....
nha nhen nhem...
hemnhemnhem
nham nhemnhem nhem
escama de dragão,
espiga de milho, serpente alada...
e então: Abati...
o cabelo de milho da menina que brinca no balanço,
a menina gangorra no céu,
o céu gangorra na menina...
no céu
no chão
no céu
no chão
nhe nhem?? Nhem?
Nhem? ...
Pra onde vou? De onde sou?
Cascavel!!!!!!!
dá-me estas tuas
asas.
Nhenhamnhenhemnhem
nhemnhem
chuva de estrela
caíndo na cabeça do mundo...
e no jardim, yasaí,
fruta vermelha que chora...
cascavel!!!!!!
Dá-me tuas asas...

o bruxo milagrêro enfeitiçou o moço e
lhe contou todos os
segredos das folhas e das misturas mágicas, tudo que cura e tudo que mata,
lhe mostrou cada rio estrada bicho e raiz ...

(Um choro de mulher se mistura com os barulhos da viagem astral do curumim)

Do outro lado da floresta, uma grande árvore chorava porque nunca mais soube de seu filho.
E foi Ogum, o guerreiro, que ouviu o choro de Apaoká e entrou na floresta pra procurar o curumim crescido.
Foi Ogum, o ferreiro, que libertou o curumim crescido e lhe deu um arco e uma flecha. Lhe ensinou a abrir os caminhos e lhe ensinou a
entrar no bucho da floresta, a falar com os bichos e firmar bem a mira pra acertar a caça pra poder comer.
E aí o curumim ganhou um irmão e virou caçador.

Então as almas da
floresta lhe chamaram de Oxossi, o filho e o pai da fotossíntese, o arqueiro do
olho no escuro da noite. Oxóssi, o arqueiro que só tinha uma flecha.
...
(volta o toque aguerê e entra outro canto para Oxóssi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário